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Diario de uma mulher negra

Elsa Varela, Anemia falciforme, depressiva, ansiosa, neurótica sempre estilosa! Viciada em roupa, sapatos,café com açúcar e uma pitada de resiliência!

Diario de uma mulher negra

Elsa Varela, Anemia falciforme, depressiva, ansiosa, neurótica sempre estilosa! Viciada em roupa, sapatos,café com açúcar e uma pitada de resiliência!

Ansiedade, Depressão, Neurose e a busca Silenciosa por Validação!

A Busca Silenciosa por Validação"

Crescer sendo a filha mais velha significa, muitas vezes, carregar um peso invisível. O trabalho não é apenas fazer, mas ser: ser forte, ser responsável, ser aquela que resolve tudo sem reclamar. Para muitos, a infância é sinônimo de cuidado e validação. Para outros, como eu, foi o aprender que sentimentos não eram prioridade.

Sempre fui sensível demais, estranha demais, fora do padrão. A busca por amor parental ou um simples “eu vejo-te" era tratada como fraqueza. E assim aprendi a engolir emoções, a não demonstrar vulnerabilidade. Quando se cresce em um ambiente onde sentir é errado, nos tornamos num mestre na arte de esconder atrás da funcionalidade. A ansiedade? Essa é a minha sombra desde criança, uma lembrança constante de que minha mente está sempre em alerta, sempre espera do próximo impacto.

No meio do caos familiar, aprendemos a sobreviver de um jeito peculiar. Engolimos a dor e transformamos em frieza. Tornamo-nos implacáveis, não porque queremos, mas porque não houve espaço para sermos outra coisa. O amor, quando negado, se transforma em gritos silenciosos, em batalhas internas, em um desejo insaciável de sermos vistos.

E ironicamente, por mais que tenhamos aprendido a esconder a fraqueza, tudo que queremos é um espaço para sermos humanos. Porque ser forte o tempo todo cansa. Porque, no fundo, aquela criança ansiosa ainda está ali, á espera, implorando para que alguém olhe e diga: "Não precisas ser nada além de ti mesma."

Hoje, sei que a validação mais importante é a que vem de dentro. Mas isso não significa que o caminho até aqui é fácil. A ansiedade,a neurose  e a depressão não me definem, mas são parte da minha história. E ser funcional no dia a dia não significa que não há uma tempestade dentro de mim. Apenas significa que aprendi a conviver e a navegar nela.

 

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